Bafoués par l’Etat, les jeunes artistes créatifs !

La septuagénaire bahianaise soeur, chanteuse, de Caetano V., dont il ne nous semble pas nécessaire d’écrire encore le nom, va recevoir la valeur de UN MILLION ET TROIS CENT MILLE REAIS (environ 600.000 EUROS), attribués par le Ministère de la Culture, pour créer son propre blog de poésies – intitulé « O Mundo Precisa de Poesia » (Le monde a besoin de poésie) et qui contiendra également 365 vidéos de ses chansons.
Il y a trois ans elle avait demandé 1,8 million de reais pour un tour de chant, refusés par les bureaux techniques du ministère. Juca Ferreira, ministre de la culture, bahianais, avait passé outre et autorisé un versement de 1,5 million de reais pour la chanteuse.
Le monde a besoin d’aider l’humble jeunesse brésilienne créatrice.
Comme nous disons à Bahia : « Quem pode pode. Quem não pode, se sacode ! »*

Source : journaliste Monica Bergamo, dans le quotidien Folha de São Paulo, daté du 16 mars 2011.
* On pourrait essayer de traduire ainsi : « Le nanti a. Quant à l’autre, lui reste la danse ! »
Ici, le fichier PDF des dossiers approuvés par le ministère de la culture:
http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2011/02/CNIC-184.pdf

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7 réponses

  1. bahiaflaneur dit :

    Du total, 600.000 reais comme salaire !
    Et l’un des associés – Lula Buarque – de la société de production de la chanteuse M. B. est un cousin lointain de la ministre (Ana Buarque de Holanda) de la Culture, soeur de Chico Buarque!
    http://www.estadao.com.br/especiais/2011/03/doc_bethania.pdf
    21-03-2011 – O Ministério da Cultura (MinC)confirmou ontem que, do total da autorização para Maria Bethânia captar R$ 1,3 milhão pela Lei Rouanet em um projeto de um blog com vídeos de poesia, R$ 600 mil serão destinados à cantora, que cuidará da direção artística, pesquisa e seleção dos textos. O valor passou pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (Cnic), que pode questionar cada item do orçamento. O documento, revelado ontem, comprova que, inicialmente, o pedido era de R$ 1.798.600,valor reduzido a R$ 1.356.858 pela comissão. Porém, o MinC não detalha quais itens sofreram corte. O parecer final, disponível no site do ministério mediante número do processo (1012234), afirma que « os currículos apresentados são condizentes à proposta » e que a quantidade de profissionais, planejamento e tempo de trabalho parece ser adequada. Procurada pelo jornal Estado de São Paulo, Bethânia não quis se pronunciar.

  2. anonyme dit :

    Apenas 3% dos que apresentam projetos ao Ministério da Cultura ficam com mais da metade do dinheiro atraído pela lei.
    Repito: apenas 3%.

  3. Luciano Tognolli dit :

    27 de Março de 2011 às 18:07
    247 – Claudio Julio Tognolli – Caetano Veloso, em artigo feroz no Globo neste domingo 27, põe-se acima do bem e do mal: para variar. Sustem ataques contra toda a mídia. Tudo porque, a partir deste Brasil 247, tornou-se pública, a partir de nossa reportagem, a base de dados dos que mamam nas tetas da vaca profana do erário. A base de dados torna Maria Bethânia café pequeno face outros artistas consagrados que pedem verbas polpudas para o erário. Mas Caetano deu uma dica: quem convidou Bethânia para apresentar o projeto foi Hermano, irmão de Herbert Vianna. Eu não sabia que Hermano era lobista. Thanx pela dica, Leãozinho.
    A revista Veja deste domingo resgata a reportagem do Brasil 247. E o repórter Sérgio Martins ilumina ainda mais o caso: mostra que, nos EUA, artistas ficam famosos e ricos, com grana do público pagante. Para depois reverterem o dinheiro privado à caridade. No Brasil é o contrário: mama-se do público, por interesses privados inconfessáveis.
    Em abril de 1999, o finado gênio Sérgio de Souza botou a mim na capa da revista Caros Amigos. Ali denunciei o que chamava de « máfia do dendê »: como artistas baianos, sobretudo Gilberto Gil e Caetano, comandavam demissões nas redações do Brasil. Jornalistas que não apoiavam artistas ungidos por Caetano e Gil eram demitidos ou procrastinados em grandes jornais. Lembro de Caetano, por exemplo, ter apelidado grandes articulistas e repórteres da Folha de S. Paulo, como Luis Antonio Giron e Pedro Alexandre Sanches, de « os branquinhos da Folha ». André Forastieri, por exemplo, foi demitido a pedido de Caetano, depois de ter criticado, acidamente, a apresentação que Regina Casé fez de um MTV Awards brazuca.
    Na Caros Amigos de 1999, eu mesmo entreguei uma foto, de uma reportagem encomendada pela Máfia do Dendê: era um pedido de Gilberto Gil, para que elogiassem o finado Dorival Caymmi em seus então 80 anos de vida. Abandonei meu emprego, por causa desse pedido, entre outras cousas. Mas tive de cumpri-lo: era o leite dos meus gatinhos em jogo. Eu tinha um cargo de confiança.
    Em 2006, o leitor há que lembrar, Paulinho da Viola reclamou da máfia do dendê quando notou, em certo festival, que seu cachê era milionariamente inferior ao de Caetano.
    Caetano Veloso, em seu artigo do Globo deste domingo, me chama de « um tal Tognolli ». Mostra que guardou o termo « máfia do dendê », dentro de si, como um sapo de macumba. Caetano tece acusações ad hominem contra meia dúzia de jornalistas. No meu caso, relata que a biografia que escrevi como co-autor de Lobão, 50 anos a mil, não foi redigida por Lobo. Mentira, óbvio: aí apenas cuidei das investigações dos bancos de dados, entrevistas e busca (muito difícil) da papelada judicial que o pós-ditadura teceu contra Lobão. Vou para meu oitavo livro. O primeiro, o Século do Crime, de 1996, pela editora Boitempo, já saiu levando um prêmio Jabuti –o que me faz defecar e caminhar pela defesa que Caetano faz do Jabuti do Chico Buarque.
    A rede de influência e lobby criada nas redações por Caetano e Gil é viva. Mas agoniza. Eis porque Caetano rodou a baiana: porque as baianas estão rodando. Temos ainda, numa grande redação, um editor que lê, avanta la lettre, para Chico Buarque, tudo o que vai sair contra ele no jornal do dia seguinte. Mas é um caso isolado: e igualmente nos seus estertores.
    O problema é que a « Máfia do dendê » se sofisticou: passou de operar politicamente, nas redações, para operar economicamente, desde que Gil tornou-se ministro da Cultura, sob Lula.
    Se você for na base dos projetos ungidos, legal mas imoralmente, pelo Ministério da Cultura, que se encontra aqui:
    http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2011/02/CNIC-184.pdf
    Verá o número do projeto. De posse dele, insira-o aqui:
    http://sistemas.cultura.gov.br/salicnet/Salicnet/Salicnet.php
    E veja quem, detalhadamente, está tendo sua grana da viúva aprovada.
    Fica a dica: tente, leitor, ver quais os advogados conseguiram obter a aprovação de projetos mais caros. Caso, leitor, você estabeleça alguma conexão entre Gilberto Gil, Flora Gil e Hermano Viana e esses advogados, te dou um doce. A questão está em aberto para as autoridades e deputados.
    Antes de Lula, a parte mais sensível da Máfia do Dendê era o ego. Hoje é o bolso
    P.S. – Meu nome pode ser Jack Abramoff e eu me exercito todos os dias…

  4. Caetano Veloso dit :

    RIO – Não concebo por que o cara que aparece no YouTube ameaçando explodir o Ministério da Cultura com dinamite não é punido (assista aqui ao vídeo ao qual Caetano faz referência). O que há afinal? Será que consideram a corja que se « expressa » na internet uma tribo indígena? Inimputável? E cadê a Abin, a PF, o MP? O MinC não é protegido contra ameaças? Podem dizer que espero punição porque o idiota xinga minha irmã. Pode ser. Mas o que me move é da natureza do que me fez reagir à ridícula campanha contra Chico ter ganho o prêmio de Livro do Ano. Aliás, a « Veja » (não, Reinaldo, não danço com você nem morta!) aderiu ao linchamento de Bethânia com a mesma gana. E olha que o André Petry, quando tentou me convencer a dar uma entrevista às páginas amarelas da revista marrom, me assegurou que os então novos diretores da publicação tinham decidido que esta não faria mais « jornalismo com o fígado » (era essa a autoimagem de seus colegas lá dentro). Exigi responder por escrito e com direito a rever o texto final. Petry aceitou (e me disse que seus novos chefes tinham aceito). Terminei não dando entrevista nenhuma, pois a revista (achando um modo de me dizer um « não » que Petry não me dissera – e mostrando que queria continuar a « fazer jornalismo com o fígado ») logo publicou ofensa contra Zé Miguel, usando palavras minhas.
    A histeria contra Chico me levou a ler o romance de Edney Silvestre (que teria sido injustiçado pela premiação de « Leite derramado »). Silvestre é simpático, mas, sinceramente, o livro não tem condições sequer de se comparar a qualquer dos romances de Chico: vi o quão suspeita era a gritaria, até nesse pormenor. Igualmente suspeito é o modo como « Folha », « Veja » e uma horda de internautas fingem ver o caso do blog de Bethânia. O que me vem à mente, em ambas as situações, é a desaforada frase obra-prima de Nietzsche: « É preciso defender os fortes contra os fracos. » Bethânia e Chico não foram alvejados por sua inépcia, mas por sua capacidade criativa.
    A « Folha » disparou, maliciosamente, o caso. E o tratou com mais malícia do que se esperaria de um jornal que – embora seu dono e editor tenha dito à revista « Imprensa », faz décadas, que seu modelo era a « Veja » – se vende como isento e aberto ao debate em nome do esclarecimento geral. A « Veja » logo pôs que Bethânia tinha ganho R$ 1,3 milhão quando sabe-se que a equipe que a aconselhou a estender à internet o trabalho que vem fazendo apenas conseguiu aprovação do MinC para tentar captar, tendo esse valor como teto. Os editores da revista e do jornal sabem que estão enganando os leitores. E estimulando os internautas a darem vazão à mescla de rancor, ignorância e vontade de aparecer que domina grande parte dos que vivem grudados à rede. Rede, aliás, que Bethânia mal conhece, não tendo o hábito de navegar na web, nem sequer sentindo-se atraída por ela.
    Os planos de Bethânia incluíam chegar a escolas públicas e dizer poemas em favelas e periferias das cidades brasileiras. Aceitou o convite feito por Hermano como uma ampliação desse trabalho. De repente vemos o Ricardo Noblat correr em auxílio de Mônica Bergamo, sua íntima parceira extracurricular de longa data. Também tenho fígado. Certos jornalistas precisam sentir na pele os danos que causam com suas leviandades. Toda a grita veio com o corinho que repete o epíteto « máfia do dendê », expressão cunhada por um tal Tognolli, que escreveu o livro de Lobão, pois este é incapaz de redigir (não é todo cantor de rádio que escreve um « Verdade tropical »). Pensam o quê? Que eu vou ser discreto e sóbrio? Não. Comigo não, violão.
    O projeto que envolve o nome de Bethânia (que consistiria numa série de 365 filmes curtos com ela declamando muito do que há de bom na poesia de língua portuguesa, dirigidos por Andrucha Waddington), recebeu permissão para captar menos do que os futuros projetos de Marisa Monte, Zizi Possi, Erasmo Carlos ou Maria Rita. Isso para só falar de nomes conhecidos. Há muitos que desconheço e que podem captar altíssimo. O filho do Noblat, da banda Trampa, conseguiu R$ 954 mil. No audiovisual há muitos outros que foram liberados para captar mais. Aqui o link: http://www.cultura. gov. br/site/wp-content/up loads/2011/02/Resultado-CNIC-184%C2%AA.pdf . Por que escolher Bethânia para bode expiatório? Por que, dentre todos os nossos colegas (autorizados ou não a captar o que quer que seja), ninguém levanta a voz para defendê-la veementemente? Não há coragem? Não há capacidade de indignação? Será que no Brasil só há arremedo de indignação udenista? Maria Bethânia tem sido honrada em sua vida pública. Não há nada que justifique a apressada acusação de interesses escusos lançada contra ela. Só o misto de ressentimento, demagogia e racismo contra baianos (medo da Bahia?) explica a afoiteza. Houve o artigo claro de Hermano Vianna aqui neste espaço. Houve a reportagem equilibrada de Mauro Ventura. Todos sabem que Bethânia não levou R$ 1,3 milhão. Todos sabem que ela tampouco tem a função de propor reformas à Lei Rouanet. A discussão necessária sobre esse assunto deve seguir. Para isso, é preciso começar por não querer destruir, como o Brasil ainda está viciado em fazer, os criadores que mais contribuem para o seu crescimento. Se pensavam que eu ia calar sobre isso, se enganaram redondamente. Nunca pedi nada a ninguém. Como disse Dona Ivone Lara (em canção feita para Bethânia e seus irmãos baianos): « Foram me chamar, eu estou aqui, o que é que há? » (Caetano Veloso)

  5. Fatima Aragao dit :

    Tem um dito popular na Argentina que eu aprendi com meu amigo Peter Roland que diz o seguinte: « o cavalo do poder se sobe pela esquerda e se desce pela direita ». Beijos.

  6. Dr. Funkathus dit :

    Cher Monsieur Bahiaflâneur,
    Je m’apprêtais simplement à poster un commentaire t’informant que je venais de poster un article consacré à Mariene de Castro citant le portrait que tu lui as magnifiquement tiré :
    http://lelixirdudrfunkathus.blogspot.com/2011/04/mariene-de-castro-ou-le-renouveau-du.html
    Mais je trouvais les commentaires fermés et me suis donc rabattu sur un autre post de ton blog, celui-ci, où je suis impressionné de découvrir que Caetano en personne se donne la peine de laisser son commentaire. Cela en dit long à mon sens sur la légitimité qu’a acquis Bahiaflâneur sur la Toile…
    Ce si prestigieux voisinage dans la liste des commentaires me laisse espérer que Caetano lui-même vienne jeter un œil sur les pages qui lui sont consacrées sur l’Elixir (http://lelixirdudrfunkathus.blogspot.com/search/label/Caetano%20Veloso), mêlant tout à la fois enthousiasme admiratif et piques taquines…
    Bonne continuation…

    • bahiaflaneur dit :

      Non, non, je suis modeste. C est moi qui l ai rajouté. c est en fait le texte de l une de ses chroniques domiciales, payees par O Globo. Je rajoute son texte, mais suis evidemment en plein desaccord avec lui. BF

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